Tom Maior faz “Um Culto às Mães Pretas Ancestrais”

Felipe Cruz - MTB 0063803

Sexta escola a entra na avenida nesta primeira noite dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo foi a Tom Maior. Em sua apresentação, a agremiação busca o título inédito com o enredo “Um Culto às Mães Pretas Ancestrais”, um projeto assinado pelo carnavalesco Flávio Campello e que, de acordo com a escola, que carrega no próprio nome um propósito: homenagear as mães pretas da cidade de São Paulo e pelo restante do Brasil.

Logo na abertura do desfile, a comissão de frente trouxe um grupo de guerreiros que dançavam na beira de uma nascente de um rio e ao fundo desta nascente havia um grande oratório esculpido em pedra, reforçando a ancestralidade. Ele se abriu em alguns momentos da apresentação para revelar a imagem de Nossa Senhora da Aparecida. A imagem trouxe características afro-brasileiras bastante marcadas, não apenas nas feições do rosto mas também do tecido que lhe serve de manto.

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O abre-alas trouxe uma representação do mundo dentro da mitologia Yorubá. À frente do carro, em grande destaque, a figura de Odu grávida da humanidade. Odu é, do Yoruba, a Iyami da criação (a mãe primeira). A bateria do mestre e presidetende, Carlão, representou os Alabês, sacerdotes a quem se permite tocar atabaques nos rituais do candomblé.

No terceiro setor foi possível observar, através das fantasias de algumas alas, a figura das Yabás (“aquela que alimenta seus filhos”), as orixás femininas. Essas divindades representam também as forças da natureza que controlam. Oxum, dona das cachoeiras e rios; Yemanjá, rainha dos mares; Iansã, senhora dos trovões e tempestades; Nanã, das lamas e dos manguezais; Obá, das águas revoltas; e Ewá, protetora das florestas.

O encerramento do desfile aconteceu com um altar em homenagem às mães pretas do catolicismo. Um carro trouxe ao centro a figura de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. O manto e adereços da Santa constavam com forte inspiração na estética africana. A imagem veio, de acordo com a escola, ladeada por querubins negros.

Os autores do samba são Gui Cruz, Turko, Portuga, Rafa do Cavaco, Vitor Gabriel, Fabio Souza, Imperial, Junior Fionda, Willian Tadeu e Anderson e o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira é Ruhanan e Ana Paula.

Assista à largada do desfile da Tom Maior: em produção

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